REDES SOCIAIS

Os Católicos ainda se confessam?

em quarta-feira, 31 de agosto de 2011

 

Confissões entre os anúncios de Nova Iorque



Por Elizabeth Lev

 Em Nova Iorque, a publicidade é uma arte. Em cada rua, vendedores, painéis luminosos e vitrines atraem transeuntes com comida, tecnologia e qualquer produto que se possa desejar. Deveria ser então surpreendente um grande cartaz vermelho numa igreja católica romana anunciando confissões? Francamente, eu fiquei estupefata. Correndo do museu para a biblioteca, para jantar com amigos, a última coisa em que eu pensava era no sacramento da reconciliação.
A paróquia de Santa Inês é uma elegante igreja no número 143 E da Rua 43, que o antigo prefeito de Nova Iorque, Ed Koch, descreveu como “a rua mais transitada do mundo”. A igreja oferece três horas de confissões e sete missas por dia. Intrigada, fui visitá-la. Anna Megan, que administra a igreja, me recebeu. A primeira coisa que ela fez foi destacar a importante
localização da igreja. “A meia quadra da estação Grand Central e do outro lado da rua do edifício Chrysler, a Santa Inês está no centro do tráfego de viajantes e turistas”.
O número de fiéis de Santa Inês é pequeno, mas constante, em torno de 400 pessoas. Mas podem chegar a mais de 10.000 nas férias, quando as pessoas assistem às missas e se confessam nos dias festivos e nas viagens. Graças a este intenso fluxo, a interseção da igreja foi renomeada como Fulton Sheen Place em 1990, em homenagem ao grande comunicador católico.
Santa Inês foi construída em 1873 para os trabalhadores da estação Grand Central, mas pegou fogo em 1992. A igreja atual, reconstruída em 1998, foi remodelada seguindo o modelo do Gesù, uma das basílicas romanas mais conhecidas pelo sacramento da penitência. Durante 30 anos, Santa Inês ofereceu um horário regular de confissões diárias. É o resultado não só de uma iniciativa pastoral, mas também da insistência dos fiéis.
Visitei a paróquia à uma da tarde, quando começava a adoração eucarística, com a igreja cheia em três quartos da sua capacidade. Toda a diversidade étnica, econômica e estética de Nova Iorque se ajoelhava unida nos bancos. Jovens com idosos, tatuagens com véus, bolsas de grife com sacolas de papelão.
Há muitas outras igrejas que oferecem confissões regulares em Nova Iorque, é claro. A catedral de São Patrício oferece confissões durante as manhãs e no almoço, e o santuário de Santo Antônio as oferece com tanta frequência que é conhecido como o confessionário de Nova Iorque.
Mas depois de ver tantas igrejas fechadas durante todo o dia nos Estados Unidos, e os boletins paroquiais anunciando discretamente os horários de confissões (só aos sábados, de 3:15 a 3:30, ou mediante agendamento), Santa Inês é uma maravilha e um modelo para muitas.
Perguntei sobre as dificuldades de manter a igreja aberta todo o dia e de provê-la de padres para os sacramentos. Megan me disse que os fiéis colaboram para que a igreja fique aberta, custodiando o tabernáculo.
Embora só haja um sacerdote diocesano na paróquia, o padre Richard Adams, normalmente cinco ou seis padres de lugares como as Filipinas, Gana ou Birmânia ajudam com os sacramentos.
Esta disponibilidade dos sacramentos ficou tão popular que há sempre filas nos dois confessionários, e mais de uma vez foi chamado um padre na hora do almoço ou do jantar para atender alguma alma em trânsito. São João Maria Vianney ficaria muito orgulhoso.
Numa cidade em que cada canto oferece produtos para que a aparência das pessoas esteja sempre pronta para uma foto, Santa Inês promove um tratamento de limpeza muito mais profundo.

Fonte: http://www.zenit.org/article-28727?l=portuguese
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Somália: fome e guerra. O Papa faz gesto solidário

em sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Foto: CRS


O diretor da Cáritas Somália, Dom Giorgio Bertin, recordou à comunidade internacional que a tragédia que vive a região do Chifre da África não é somente conseqüência da seca, mas se deve aos problemas humanos e à situação de anarquia que sacode a região.

Dom Bertin, que é Bispo de Yibuti e Administrador Apostólico de Mogadiscio (Somália), explicou em uma entrevista concedida no dia 24 de agosto à Rádio Vaticano que “é preciso que –a comunidade internacional- não se contente em comover-se vendo a criança pobre somali- reduzida à fome, mas que reflita e se faça a pergunta sobre a razão pela qual chegou-se a este ponto”.

O Prelado afirmou que o fator que há 20 anos impede a estabilidade do país radica em que “os pobres se habituaram a mendigar, a pedir ajuda, e os mais preparados, em troca se habituaram a aproveitar-se deste tipo de coisas, desta falta de Estado, para levar adiante seus próprios interesses”.

O Cardeal sublinhou também a falta de coesão no governo do país e a debilitada vontade de dirigir a situação política, e denunciou que a pobreza na Somália “não é simplesmente uma conseqüência natural da seca, e sim uma conseqüência humana”.

A situação na Somália

Há mais de 20 anos a Somália vive em estado de guerra. Atualmente, as forças do Governo Federal de Transição apoiadas pela Missão da União Africana para a Somália (AMISOM) lutam contra o grupo armado de resistência islâmica Al-Shabaab, que impede um acesso efetivo e seguro ao país por parte das ONGs internacionais.

A ausência de serviços governamentais, a insegurança e a falta de acesso a muitos lugares impedem a coleta de dados que definam realmente a situação do país, provocando o êxodo somali e milhares de refugiados nos países mais próximos.

Além disso, a seca se une a esta voragem de instabilidade.

O apoio do Papa ao Chifre da África

Ante a grave situação de pobreza no Chifre da África, o Papa Bento XVI fez um chamado à mobilização internacional “para enviar rapidamente ajuda a estes nossos irmãos e irmãs duramente provados, entre os quais há muitas crianças".

"Que não falte a estas populações que sofrem nossa solidariedade e a ajuda concreta de todas as pessoas de boa vontade", acrescentou o Santo Padre

Fonte: http://www.acidigital.com/noticia.php?id=22406
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Festa do Balão. Paróquia pede proteção da Matriz e segurança da população

em quarta-feira, 24 de agosto de 2011

ARQUIDIOCESE DE NATAL
Paróquia de Nossa Senhora do Ó
Pça. Cel. José de Araújo, 81, Centro
Nísia Floresta – RN
Tel. (84) 3277-2306
BLOG: paroquianisia.blogspot.com

OFÍCIO 028/2011

Nísia Floresta, 09 de agosto de 2011
Ilustríssima Senhora
Rosangela Galiza de Vasconcelos
Secretária de Ação Social


            Em resposta ao of. de nº 094/11 – SEMTHAS, que informou a Paróquia sobre a Tradicional FESTA DO BALÃO na sua VI edição, venho agradecer a atenção de Vossa Senhoria e, ao mesmo tempo, confirmar nossa solicitação de proteção da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Ó com as Barreiras, a Segurança e a limpeza, conforme o a boa experiência do ano passado.
            Além disso, como irmão em Cristo e Pastor do rebanho, recomendo o cuidado com o horário, com o consumo de bebidas (principalmente em relação a crianças e adolescentes) e a segurança e PROTEÇÃO, PRINCIPALMENTE AOS HABITANTES. E, sem dúvida, será necessário para o futuro próximo transferir a referida festa para local mais apropriado, como já acordado na assinatura do TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) no ano passado.            Desejo, por fim, que tudo ocorra na paz, enquanto reiteramos nossos votos de estima e consideração.

Atenciosamente,

_________________________
Pe. José Lenilson de Morais
Administrador paroquial
 
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O Pároco e a comunidade

No código de Direito Canônico, art. 519, está codificado que o pároco é o
pastor próprio da paróquia a ele confiada; exerce o cuidado pastoral da comunidade
que lhe foi entregue, sob a autoridade do Bispo diocesano, em cujo ministério de
Cristo é chamado a participar, a fim de exercer em favor dessa comunidade o múnus
de ensinar, santificar e governar, com a cooperação dos fiéis leigos, de acordo
com o direito. A experiência parocal é muito exigente. As relações estabelecidas
envolvem muitas pessoas. Há um dinamismo muito enriquecedor, quando vivido com
responsabilidade e testemunho, de ambas as partes, ou seja, a pessoa do pároco e dos
paroquianos. Um texto de leitura satisfatória e deleitosa, para qualquer bibliófilo, é
o “Diário de um pároco de aldeia” de Bernanos (escritor francês). O mesmo, ao iniciar
sua genial obra, diz “minha paróquia, parafraseando o pároco, é uma paróquia como
todas as outras. Todas as paróquias se parecem. As paróquias de hoje, naturalmente.
Eu dizia ontem ao pároco de Nerofontes: o bem e o mal devem ficar em equilíbrio
nelas, só que o centro de gravidade está lá embaixo, bem lá embaixo”. Como escritor,
não teólogo, este centro não vem tão bem elucidado pelo autor, que, se o fosse,
deveria dizer que este centro de gravidade é o mistério pascal de Cristo, que é força
motriz e vencedora do mal que assola muitas vezes às paróquias. Mas porque nela
estão presentes pessoas, que por mais pecadores que o sejam, são filhos de Deus,
apesar de muitas vezes se comportarem como filhos da mentira.

O tipo de relação que o pároco, mistagogicamente, deve ter com a paróquia é a
mesma que Cristo teve com sua Igreja (Ef. 5,25), ou seja, ele se consagra e a ela se doa.
Vale tomar a metáfora e dizer que a paróquia para o pároco é como uma esposa para a
qual o padre está permanentemente a dedicar-se. Com fidelidade e respeito, amando
e respeitando-a até que providencialmente Deus os separe. O equilíbrio humano,
refletido na postura de quem está apto a ser Pater Família” (Pai de Família), é algo
a ser atualmente zelado. O escritor tem razão quando diz que sua paróquia é como
as outras, mas o ponto de equilíbrio será aquele que agirá “in persona Christi”. Um
pároco de uma cabeça bagunçada, faz muito mal a sua paróquia. Um padre, que não
dá testemunho e que não tem uma identidade sacerdotal que se define diariamente
para Cristo, vicia e tenderá os fiéis para o mal. O múnus de ensinar, santificar e
governar a paróquia será responsabilidade deste pastor próprio, em comunhão com
o Bispo. O papa João Paulo II afirmou que o padre de ontem, de hoje e de amanhã
deve se configurar a Cristo (Pastores dabo vobis, 5). A cultura da mediocridade
que impulsiona a muitos serem amantes do luxo, do materialismo, do carreirismo,
da sexualidade doentia e do laxismo moral precisa ser superada. O Papa Bento XVI
afirmou que os piores inimigos da Igreja estão dentro da própria Igreja.

Tomando o outro lado, lembro aos fiéis leigos que estes também são
responsáveis pelo bem da vossa paróquia. O pároco precisa trabalhar com pessoas de

amor a Cristo e a sua Igreja. Esta não pode ser usada para promoções individuais, no
campo econômico, político e social. É a comunidade dos fiéis batizados. Com eles e o
pároco deve haver parceria e consciência de pertença a Cristo, marcada pelo Batismo.
Este sacramento os faz participarem de um único Povo, que é o de Deus. Jesus no
capítulo 17 de João nos dá a pista para o tipo de relação entre este Povo e o seu
sacerdote.

Por fim, o amor não dispensa a justiça. O pároco e os fiéis não podem esquecer
destas atitudes. O pároco ensina o amor que santifica e que se santifica e age com
a justiça que não perde nem é perdida. O mesmo Cristo que perdoa é o mesmo que
diz que não peques mais. Amor sem justiça é alimento que cria sanguessugas. Hoje
a maior proposta é que todos se tornem discípulos missionários para renovação de
todas as estruturas, individuais e coletivas. Assim o seja!

Pe. Matias Soares
Pároco de São José de Mipibú-RN
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Bento XVI anuncia o Rio como sede da 27ª Jornada Mundial Juventude

em domingo, 21 de agosto de 2011

Missa do Papa neste domingo (21) encerrou jornada em Madri, na Espanha.
Próxima edição do evento será em 2013, no Brasil.

Fonte: G1
 
O Papa Bento XVI anunciou oficialmente neste domingo (21) que o Rio de Janeiro será a próxima cidade a receber a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em 2013.
O anúncio foi feito durante missa de encerramento do evento, que ocorre neste ano em Madri, na Espanha, após uma vigília ao longo da madrugada. Brasileiros presentes na missa cantaram trecho de "Cidade Maravilhosa" após anúncio oficial. Para esperar a divulgação da cidade como sede da JMJ, 7 mil jovens participaram de outra vigília no Maracanãzinho, no Rio.
Papa Bento XVI celebrou neste domingo (21) missa de encerramento da Jornada Mundial da Juventude, em Madri (Foto: Gregorio Borgia/AP)Papa Bento XVI celebrou neste domingo (21) missa de encerramento da Jornada Mundial da Juventude, em Madri (Foto: Gregorio Borgia/AP)
No sábado (20), em um hotel de Madri, autoridades da Igreja brasileira e do governo do Rio de Janeiro se encontraram para falar da próxima jornada.
“Comparando com a Copa do Mundo, teremos mais gente no Rio quando do encontro da Juventude com o Papa”, disse o prefeito Eduardo Paes. O governador Sérgio Cabral afirmou que vai pôr à disposição toda a infraestrutura da Copa do Mundo e das Olimpíadas. “Os hotéis e pousadas, colégios e igrejas e até estádios”, garantiu.
EncerramentoApós passar toda a noite em vigília, uma multidão de jovens católicos assistiu à missa rezada pelo papa Bento XVI, que encerrou a 26ª JMJ.
Depois de ser recebido pelos reis da Espanha na base aérea de Quatro Ventos, Bento XVI saudou os presentes à missa que concelebra com mil sacerdotes. A missa de encerramento da JMJ se denomina também "Eucaristia de Envio", porque depois dela começa a missão dos jovens que participaram destas jornadas nos seus países de origem.
Brasileiros na Espanha comemoraram escolha do Rio de Janeiro como sede da próxima JMJ. (Foto: Cesar Manso / AFP Photo)Brasileiros na Espanha comemoraram escolha do Rio de Janeiro como sede da próxima JMJ. (Foto: Cesar Manso / AFP Photo)
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Padre. Entre crise e renovação

em domingo, 7 de agosto de 2011

O padre é uma figura mais do que nunca conhecida. Ele está presente em todas as cidades, apresenta programas de tv, grava cds, escreve livros e, também, é tema de reportagens de todos os tipos. Contudo estes trabalhos do padre, e sobretudo do “padre moderno” não dizem o que é realmente o sacerdote católico. Configurado a pessoa de Jesus Cristo Pastor por meio do Sacramento da Ordem, o presbítero tem a missão de ser no mundo a presença misericordiosa do próprio Jesus. Sua obra principal é a de promover o encontro pessoal dos seus irmãos com Jesus através do anúncio do evangelho, da dispensação dos sacramentos e do próprio testemunho de vida de comunhão com Deus e com os irmãos. Quando isto não acontece ou passa a ter um valor apenas complementar na sua vida, podemos afirmar que a figura e a própria pessoa do ministro estão em crise. E é isso que tem-se revelado nos últimos tempos. Esta crise pode apresentar-se mais perceptível e escandalosa quando explodem casos de deploráveis atos na área da sexualidade ou da administração dos bens dos fiéis, mas é igualmente real quando o “homem de Deus” já não tem tanto tempo para o seu povo, o “povo de Deus”, devido aos compromissos que a própria “carreira” lhe impõe.
                A sociedade mudou e é justo que o modo de atuação do ministro acompanhe o seu tempo, contudo se ele se deixa invadir por todas as novidades do momento poderá esvaziar-se de tal modo que já não falará a partir de sua experiência cotidiana com o Sagrado, mas sim das misturas e confusões que gerou em seu íntimo pelo consumo desenfreado de tudo que se lhe apresentam. Há uma crise no padre porque no fundo há uma crise de identidade da pessoa humana: os papeis sociais cada dia mais são questionados e os valores passam por mudanças contínuas que geram instabilidade e insegurança. Se não existem verdades universais, o que me garante que o que sou e faço é de fato justo e bom? Só pela fé na Revelação ou, ainda, pela compreensão da lei natural é que podemos aceitar verdades perenes e irrefutáveis que nos ligam intimamente a uma realidade que supera o imediatismo da pós-modernidade. Se o padre ou qualquer outro crente perde de vista esta referencia suprema, sua vida e missão tornar-se-ão sem sentido, e quando isto acontece atingiu-se o ponto abissal da própria perplexidade.
                Diante da crise, o homem de fé espera e, mesmo que não seja um contemplativo, busca no próprio interior a chave, como muito bem escreveu Thomas Merton: “nem todos os homens são chamados à vida eremítica, mas todos necessitam de certa dose de silêncio e solidão, para permitir-lhes ouvir, ao menos ocasionalmente, a voz interior profunda do seu verdadeiro eu”. Só através do encontro silencioso consigo mesmo e com Deus é que podemos vislumbrar a superação da crise de identidade do sacerdote. Tal superação não significa, porém a ausência absoluta de questionamentos, dúvidas e imperfeições, mas sim a coragem de centrar-se naquilo que se é, inclusive com as próprias contradições, pois “conviver com o paradoxo pode não ser fácil ou confortável: não é indicado para preguiçosos, condescendentes ou fanáticos” (Esther de Waal, Vivendo com a contradição. Ed Mosteiro da Santa Cruz, Juiz de Fora, p.23). O padre é um homem comum revestido desde o interior com a unção de Deus para o serviço de todo povo sacerdotal. Esta unção para o ministério é que deve dá o norte de sua existência; se ele age na sua prolongação será um homem feliz, mas se ao contrário troca, suplanta, menospreza, minimiza ou trai voluntária e sistematicamente o “dom de Deus” passará da crise natural a uma estado permanente de frustração. Neste caso, o abandono do ministério seria a atitude mais sensata e honesta. No Concílio Vaticano II a Igreja apontou um meio muito seguro para a vida e a missão do presbítero: as fraternidades sacerdotais (Prespiterorum Ordinis, nn. 7 e 8). O modelo do padre isolado fracassou!
Pe. José Lenilson de Morais
Ad. Paroquial de N. Senhora do Ó – Nísia Floresta
Orientador espiritual do Seminário de São Pedro e da Comunidades Discípulos da Mãe de Deus
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Seminarista da Paróquia de Nossa Senhora do Ó escreve sobre Vocação

em quarta-feira, 3 de agosto de 2011

VOCACIONADOS PARA A VIDA*
 Iniciamos no início desta semana no Brasil  o mês vocacional. Desde 1983 o mês de agosto é dedicado a reflexão sobre as vocações. Inicialmente, celebrar o mês vocacional significava rezar para que os jovens quisessem ser padres ou freiras. Porém, há algum tempo, discernindo sob o olhar do Espírito Santo, os bispos chegaram ao consenso que o termo vocação é muito mais complexo do que seguir determinada “vocação específica”. Por isso, celebrar a palavra Vocação no mês de agosto significa estender o nosso conhecimento para além dos ofícios consagrados: refletir sobre vocação é compreender que todos os homens são eternos vocacionados para a vida.
A palavra vocação vem do verbo latino vocare que significa chamar. Quer dizer, vivenciar uma vocação se traduz por atender um chamamento. Este chamado parte de alguém que é o princípio de tudo; é um chamado de Deus. “Não fostes vós que me escolhestes; eu vos escolhi” (Jo 15,16). Todos nós, enquanto seres humanos dotados de vida, somos chamados a ser mais do que aparentemente somos. Vocação implica uma auto-realização, pessoal e comunitária, que se dá, pouco a pouco, cada dia de nossas vidas. E se há um chamado coerente de Deus deve haver uma resposta consciente e livre por parte do homem.  
Mas o que fazer se o homem de hoje vivencia um momento profundo de crise vocacional? O mundo pós-contemporâneo prega em suas ideologias a cultura do ter que se contrapõe à cultura do ser.  Ele promove um homem sem vocação. A vida se tornou para muitos como uma eterna ‘experimentação’. Porém, diante dessa desestruturação do ser do homem existe uma visível sede de Deus. O chamado de Deus é feito a estes homens, de carne e osso, que vivem em sua ‘fragilidade homogênea’. Incentivar a cultura vocacional significa entender a realidade e dialogar com o homem que se questiona a cada dia sobre a sua função dentro do ciclo vital.
Apoiar o discernimento vocacional é ajudar a pessoa a se encontrar inicialmente como ser humano. Todo ser humano tem uma vocação íntima, pessoal. Encontrando-se no contexto de sua vocação pessoal ele é chamado a vivenciar uma determinada vocação específica. O modelo concreto para seguirmos na busca da vocação humana (pessoal) é Jesus Cristo. “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14,6). Para viver bem precisamos olhar para Jesus e aprender a olhar como Ele, isto é, desarmar o nosso olhar e olhar com amor para a beleza da vida na qual estamos inseridos e somos chamados a ser pessoas.
O chamado que Deus faz a cada homem é um chamado pessoal sempre intermediado por alguém. No caminho vocacional para acertar é preciso saber primeiro por onde ir. Daí a importância que tem o animador vocacional – um semeador  de vocações – animar àqueles que ainda não descobriram o verdadeiro caminho vocacional. Todavia, não esqueçamos que quem ajuda a chamar em nome de Deus deve saber que também é um vocacionado. A descoberta vocacional nunca se encerra. Todos nós precisamos aprofundar a consciência de que somos chamados a uma missão. Só assim poderemos viver em plenitude nossas vocações específicas.
            Portanto, viver o mês vocacional deve ser uma oportunidade impar para celebrar a vida. Animemos com entusiasmo àqueles que ainda pairam sobre as incertezas do  mundo. Formar vocações sólidas é missão de todo cristão. A resposta da Igreja ao mundo que rema contra a mensagem Divina será oferecer à sociedade famílias conscientes do seu papel; padres dispostos a assumir com coragem a missão; homens e mulheres que se coloquem à consagração total do Reino; fiéis leigos capazes de serem Igreja. Enfim, oferecer ao mundo seres humanos imbuídos de amor que se realizem e sejam fonte de realização para todos que estão a sua volta.



*Seminarista João Batista Nunes Filho
Seminarista do 2° ano de Teologia da Arquidiocese de Natal e Secretário da Pastoral Vocacional do Seminário de São Pedro
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