REDES SOCIAIS

Paróquia de Nossa Senhora do Ó completa 179 anos de evangelização

em quarta-feira, 29 de agosto de 2012


A Paróquia de Nossa Senhora do Ó celebra neste 29 de agosto de 2012, 179 anos de evangelização no município de Nísia Floresta. Acredita-se que o início da evangelização no então território de Papary, seja datado da época colonial, final de 1500 e início de 1600, mas a Paróquia foi instituída oficialmente em 1833. É uma rica história que ultrapassa a religião e se entrelaça ao social e cultural. Celebramos esta marca rogando a Virgem do Ó que possamos continuar esta missão até o final dos tempos. Abaixo trazemos um resumo sobre sua história.


O território de Papary (Nísia Floresta) já era conhecido em 1607, sendo habitado pelos índios Tupi que viviam em torno das lagoas Guaraíras, Papeba e Papary. A origem do nome Papary (que foi o primeiro nome da cidade), sabe-se que surgiu devido à lagoa de Papary. Esse nome foi elaborado a partir de uma fusão das línguas Tupi e Portuguesa (Upari – Tupi / Ipari – Português / Paspary – Tupi / Papary – português), onde tal união quis dar ênfase à abundância de peixes da lagoa de Papary.

As terras de Papary eram terras consideradas boas para o cultivo, como também suas lagoas muito propícias para pesca. Mas este progresso ficou estagnado em meados do século XVII. A invasão Holandesa que outrora quis trazer para o município progresso e tecnologia trouxe na verdade perspectivas de evolução que nunca foram alcançadas.

Esse povoado, que ficou sem rumo certo durante a invasão holandesa, só veio se reerguer com a chegada dos portugueses em 1703. A terra boa para o plantio e as lagoas superabundantes em peixes, deram impulso para que os portugueses se firmassem no povoado de Papary. 

Dentre os aspectos constitutivos do povoado que agora estava sob a influência portuguesa ainda faltava uma coisa: Uma Igreja onde a população do povoado pudesse se encontrar para rezar. Devido a isso em cinco de setembro de 1735 foi dado início a construção da capela do povoado. A construção dessa Igreja, patrocinada pelas famílias Gusmão, Pires e Marinho residentes no povoado, foi supervisionada pelos padres Capuchinhos Italianos que tinham a missão de catequizar os índios de São José de Mipibu. Todo esse grande labor só foi concluído em dezoito de agosto de 1756. Imagina-se que a escolha do nome Nossa Senhora do Ó foi devido justamente à influência portuguesa já que essa devoção surgiu na Espanha, mas se fixou em Portugal. 

Nossa Senhora do Ó é uma devoção mariana surgida em Toledo, na Espanha, remontando à época do X Concílio, presidido pelo arcebispo Santo Eugênio, quando se estipulou que a festa da Anunciação fosse transferida para o dia 18 de Dezembro. Sucedido no cargo por seu sobrinho, Santo Ildefonso, este determinou, por sua vez, que essa festa se celebrasse no mesmo dia, mas com o título de Expectação do Parto da Beatíssima Virgem Maria. Pelo fato de, nas vésperas, se proferirem as antífonas maiores, iniciadas pela exclamação (ou suspiro) “Oh!”, o povo teria passado a denominar essa solenidade como Nossa Senhora do Ó. Em Portugal, o culto à Expectação do Parto, ou a Nossa Senhora do Ó, teria se iniciado em Torres Novas (Santa Maria, Frei Agostinho – Santuário Mariano), onde uma antiga imagem da Senhora era venerada na Capela-mor da Igreja Matriz de Santa Maria do Castelo.

A Igreja Matriz de Nossa Senhora do Ó ainda conserva toda a sua construção original barroca. A imagem da padroeira de origem portuguesa deve ter chegado ao município por intermédio desses colonizadores que fixaram moradas nas terras de Papary.



Após a construção da igreja, a comunidade local sentiu a necessidade de uma presença religiosa mais ativa, isto é, eles queriam um padre e com isso a elevação de capela para paróquia.  Com esse intuito, em 1762 a comunidade que se reunia para rezar na capela de Nossa Senhora do Ó consegui com o casal Diogo Rebouças e Felipa de Oliveira a doação de mil e cem braças de terra para a capela de nossa Senhora do Ó.
Estando com o patrimônio formado e a Igreja construída, só faltava esperar o decreto de criação da paróquia.  A Paróquia de Nossa Senhora do Ó foi criada aos vinte e nove de agosto de 1833, pelo decreto nº44 do Imperador Dom Pedro II tendo sido desmembrada da Paróquia de São José de Mipibu. 

Não se sabe precisar ao certo a data de chegada do primeiro vigário, mas sabe-se que foi no ano de 1833. Esse primeiro vigário foi o Pe. Antonio Gomes de Leiros. Padre jovem e disposto, nada mais foi que um simples religioso do interior. Fato de notória importância foi o triste fim que teve o sacerdote na Vila de Papary. Devido ao seu olhar aguçado nas coisas alheias, ele quis tomar a força um sítio farto em produção de frutas e verduras, dizendo que esse pertencia à paróquia de Nossa Senhora do Ó. O dono do sítio, Tomás Marinho, vendo que o Padre tinha mais força que ele e que iria ganhar a causa na justiça, se desesperou e o assassinou em praça pública. 

Com o ocorrido, o bispo diocesano de Pernambuco (naquela época a paróquia pertencia ao bispado do Pernambuco), Dom João da purificação mandou o padre José Alexandre para assumir a Paróquia de Papary.

Autor: Sem. João Batista Nunes Filho
Fontes de pesquisa: 
• Escritos do Mons. Severino Bezerra
• Arquivo da Paróquia 
• Dicionário da Cidade de Nísia Floresta
• www.wikipedia.org.



Histórico dos Padres que passaram pela Paróquia de Nossa Senhora do Ó:

NOME
PERÍODO

Padre Antonio Gomes de Leiros,
Obs: Assassinado em Plena Rua da Vila.
De 1833 a 1835
Padre Alexandre Gomes de Melo
De 1835 colado de 1855 a 1866
Padre Francisco Manuel Maciel
De 1836 a 1840
Padre Jose de Melo Muniz
Em 1840
Padre João Soares da Veiga Albuquerque e Almeida
De 1840 a 1842
Padre Gregório Ferreira Lustosa
De 1842/1843; 1847a 1849 
Padre Jose Manuel dos Santos Brígido
De 1843 a 1855
Padre João Leite e Pinho
Em 1846
Padre Basílio Alustau Navarro
Em 1849 e de 1865 a 1870
Padre Targino Paulino de Carvalho
Em 1850
Padre Manuel Fernandes Lustosa Lima
De 1870 a 1878
Padre Antonio Xavier de Paiva
Em 1878; de 1893 a 1898; de 1900 a 1907; de 1911 a 1912; de 1913 a 1918
Padre João Maria Cavalcante de Brito
1878 a 1881
Padre Jose Paulino Duarte
1881 a a 1882
Padre Jose Hermínio da Silveira Borges
De 1882 a 1897
Padre Irineu Otávio de Sales e Silva
De1898 a 1900; 1908a1911
Padre Aderbal Gomes de Castro
Em 1901
Padre Jose Paulino de Andrade
De 1901 a 1902
Padre Pedro Paulino Duarte
Em 1905
Padre Manoel Maria de Vasconcelos Gadelha
De 1912 a 1913
Padre Fortunato de Areia Leão
De 1913 a 1917
Padre Manuel Misael Justiniano de Carvalho
De 1919 a 1930; e 1931 a 1933
Monsenhor Celso Cicco
Em 1930
Padre Antonio Brilhante de Alencar
Em 1931
Padre Antonio Avelino da Silva
De 1934 a 1937
Monsenhor Ulisses Maranhão
De 1935 a 1937
Padre Esmerino Gomes da Silva
Em 1937
Cônego Luiz Adolfo de Paula
 Em 1937; de 1943 a 1945
Padre João Verbeck, M. S. F.
De 1937 a 1942
Cônego Pedro Paulino Duarte
 De1942a1943; 1945a 1949
Monsenhor Antonio Barros
De 1949 a 1953
Cônego Rui Miranda
De 1953 a 1956
Padre Armando Paiva
De 1956 a 1958
Monsenhor Antonio Barros
De 1958 a 1966
Padre Otto Eufrásio de Oliveira
De 1967 a 1977
Padre Alfredo de O. Costa Filho
Em 1978
Monsenhor Francisco de Assis Pereira

Frei Jose Soares da Silva
De 1981 a 1982
Monsenhor Francisco Canindé Palhano
Em 1982
Frei Luiz Gonzaga da Silva Pepeu
De 1982 a 1984
Frei Gabriel Távora
Em 1985
Monsenhor Antonio Barros
De 1986 a 1989
Padre João Batista Chaves da Rocha
De 1990 a 2003
Padre Inácio Henrique
De 2003 a 2010
Frei Joacyr Borges - OSM
De 2009 a 2011
Padre Jose Lenilson de Morais
De 2010 a 2012
Padre Fabio Pinheiro Bezerra
De 2010 a ....

Fonte: Arquivos de Paróquia





Tendo em vista os 179 anos de evangelização da Paróquia de Nossa Senhora do Ó, nestas terras ricas em aspectos naturais mais de uma fé provada pelas experiências eclesiais que aqui nasceram como a Experiência viva da Irmãs Missionárias de Jesus Crucificado, primeira paróquia do mundo a ser administrada pelas Irmãs Vigárias, graças a ousadia do Cardeal Eugênio Sales, de veneranda memória que antes mesmo da abertura do Concílio Vaticano II solicitou do Santo Padre João XXIII essa experiência, abrindo na Igreja um espaço para a promoção do bem comum. 

O pioneirismo da semente plantada da Campanha da Fraternidade na comunidade do Timbó; Sem falar que é uma paróquia que contou com insignes pastores que por aqui passaram. e deixaram marcas na evangelizaação, como por exemplo: o Pe. João Maria,  promovendo sempre uma pastoral de conjunto onde o laicato pudesse a luz do evangelho avançar para águas profundas sempre em comunhão com a Santa Igreja. 

Motivados por todas estas razões e por queremos lutar por uma Igreja em Estado Permanente de missão caminhamos desde então para os 180 anos com a promoção de um belissimo Congresso Eucarístico Paroquial no mês de agosto do próximo ano, começando a festejar desde hoje ao celebrarmos os seus 179 anos.

Em Cristo por Maria,
Pe. Fábio Pinheiro Bezerra (Administrador Paroquial).




Nenhum comentário:

Postar um comentário

About



Topo